Em um jogo marcado por dois tempos bem distintos, a seleção brasileira não conseguiu vencer a Venezuela e, pela primeira vez na história das Eliminatórias da Copa do Mundo, saiu sem vitória nos dois jogos contra a equipe venezuelana. O empate por 1 a 1 em Caracas deixou o Brasil com um sentimento de frustração, especialmente pela boa atuação no primeiro tempo, mas um segundo tempo tumultuado e com falhas importantes.
O Brasil iniciou a partida de forma contundente, mostrando boa movimentação ofensiva e controle do jogo. Raphinha e Vini Jr. se entenderam bem na primeira etapa. O atacante do Barcelona, jogando de forma mais centralizada, assumiu a responsabilidade e, com uma boa dose de criatividade, atuou como o "10" da equipe. Ele foi o autor do gol brasileiro, um golaço de falta que colocou a seleção em vantagem. A Venezuela, por sua vez, não conseguiu ameaçar efetivamente o gol brasileiro, exceto por alguns erros na saída de bola da seleção canarinha.
No segundo tempo, a Venezuela reagiu rapidamente. Aos 40 segundos, Segovia aproveitou uma falha defensiva do Brasil e empatou a partida em um chutaço da entrada da área. O gol fez a seleção brasileira perder o controle momentâneo, e por alguns minutos não conseguiu se reorganizar em campo. A pressão aumentou, e o time se viu em dificuldades para retomar o domínio da partida.
Mas Gerson fez um lindo lançamento para Vini Jr., que, em velocidade, foi derrubado pelo goleiro venezuelano. Inicialmente, o árbitro marcou falta fora da área, mas o VAR corrigiu a decisão, assinalando um pênalti para o Brasil. Raphinha, generosamente, cedeu a bola para Vini Jr. cobrar, mas o atacante do Real Madrid viu sua cobrança ser defendida pelo goleiro venezuelano. Para piorar, ele ainda desperdiçou o rebote, mandando a bola para fora.
Dorival Júnior tentou mudanças para reverter o placar, mas a Venezuela, além de se fechar bem defensivamente, adotou uma postura de forte cera e duras faltas, dificultando ainda mais a criação do Brasil. No final do jogo, a tensão aumentou quando Gonzáles, jogador da Venezuela, foi expulso após agredir Vini Jr. E para completar o cenário de frustração brasileira, aos 48 minutos, a irrigação do gramado foi acionada para "esfriar" o jogo, em uma atitude que simbolizou a falta de esportividade dos anfitriões.
Além do empate, o Brasil perdeu Vanderson, que recebeu seu segundo cartão amarelo nas eliminatórias e estará suspenso para o próximo jogo, contra o Uruguai, em Salvador. A seleção brasileira terá de se recompor e buscar a vitória em casa para manter o ritmo na competição, após um resultado que, sem dúvida, vai deixar um gosto amargo para a comissão técnica e para os torcedores.
O empate com a Venezuela representa mais uma frustação da seleção, desde a eliminação da última copa do mundo, a saída de Tite, a má gestão da CBF, um conjunto de problemas que deixam a seleção cada jogo mais vulnerável e com menos prestígio frente a sua torcida.
Ficha Técnica:
Venezuela
Goleiro: Romo
Defensores: Aramburu, Rubén Ramírez, Wilker Ángel, Miguel Navarro
Meio-campistas: Yangel Herrera (Cásseres), José Martínez (Rincón), Savarino, Jhon Murillo (Segovia), Eduard Bello (Alexander González)
Atacante: Rondón (Cádiz)
Treinador: Fernando Batista (suspenso) / Leandro Cufré
Brasil
Goleiro: Ederson
Defensores: Vanderson, Marquinhos, Gabriel Magalhães, Abner (Estêvão)
Meio-campistas: Bruno Guimarães (Martinelli), Gerson, Raphinha, Vini Jr.
Atacante: Matheus Cunha, Richarlison (Rafinha)
Treinador: Dorival Júnior
Cartões Amarelos: Murillo, Cásseres, Romo (VEN); Vanderson (BRA)
Cartão Vermelho: González (VEN)
Gols: Raphinha, 42’/1ºT (0-1); Segovia, 1’/2ºT (1-1)
